quinta-feira, 28 de abril de 2011

GNV: Por dentro da conversão




Pensando em converter seu carro Flex para gás? O Gás Natural Veicular é o mais barato entre todos os combustíveis, portanto uma boa opção para o bolso. Mas alguns pontos devem ser considerados antes da conversão do veículo.



O carro movido a combustível GNV tem uma série de especificidades que não podem ser ignoradas pelas motoristas. “O xis da questão é que o carro foi projetado para um motor a gasolina e o GNV é uma adaptação. Não que o GNV seja pior do que a gasolina, porém os parâmetros são projetados para o motor a gasolina”, destaca o engenheiro mecânico automobilístico Alfredo Lasalvia. Segundo ele, se circulasse somente com o GNV, o motor seria mais potente do que aqueles a gasolina.

Muitos usuários do combustível reclamam da perda de potência do motor ao utilizá-lo. Segundo Silvio Ambrosini, proprietário da oficina de conversão Gás Point, em São Paulo, os kits GNV atuais já superaram esta dificuldade. Hoje em dia, existem kits de última geração que fazem uma mistura do GNV com a gasolina e, com isso, o motor já não perde tanta potência. “No entanto, a economia cai um pouco. Vai depender do perfil do motorista. Se ele preferir não perder potência, vai diminuir 10% a economia”, pondera o proprietário.

Uma outra especificidade do uso tem relação com a alternância de consumo gasolina-GNV. “Você não pode esquecer que tem gasolina no seu veículo. Ela precisa ficar circulando”, alerta Ambrosini. No entanto, os especialistas são unânimes em rechaçar a crença de que o uso extremo do GNV irá fazer ressecar as partes do motor. “”Quem tem que fazer a lubrificação é o óleo”, ressalta Lasalvia.

A recomendação é sempre utilizar o combustível líquido nos quilômetros finais de cada trajeto para evitar que a gasolina fique muito tempo no tanque.”A gasolina e o álcool ficam mais velhos e perdem octanagem. O sintoma é um cheiro forte ao ligar o veículo. Além disso, ele não irá andar bem durante muito tempo”, acrescenta Kehrig
.



Cuidado com a parte elétrica

O grande prejudicado na conversão para o GNV é o sistema elétrico do motor do veículo. “A condutividade elétrica da mistura com combustível líquido é muito maior que a mistura com o GNV. Sendo assim, força muito mais a parte elétrica para gerar a centelha que faz funcionar o motor”, exlica Lasalvia. Por isso, a manutenção dessa parte deve ser frequente. “O tempo de duração das velas e cabos de vela se reduz à metade. Recomendamos sempre trocar na metade do tempo indicado pelos fabricantes”, afirma o proprietário da Gás Point.

A grande vantagem para o motor está na limpeza. Se, por um lado, é preciso trocar mais frequentemente as velas, por outro o óleo do motor aumenta a sua vida útil em um carro movido a GNV. “Há uma redução drástica na formação de depósitos e dos detritos na câmara de combustão. O motor em si tem maior durabilidade por ter menor contato com componentes abrasivos, detergentes e outras partículas presentes na gasolina”, ressalta Ambrosini.

Economia

A grande vantagem mesmo está na economia. “A economia chega a 60%. Em cerca de sete meses, o proprietário já tem o retorno do investimento na conversão”, assegura Ambrosini. Uma conversão pode variar entre R$ 1.500 e R$ 5.000 para os veículos do segmento popular. “Existem ainda estados, como o Rio de Janeiro, que dão isenção de 75% do IPVA para os veículos com GNV. É perceptível que a economia gerada é o que mais motiva os usuários a fazer a mudança”, considera o responsável técnico da Inspetran.

No entanto, muita atenção com o local onde você pretende converter seu automóvel! Todas as instaladoras de kits devem ser homologadas pelo Inmetro, como recomenda a Companhia de Gás de São Paulo. Além do licenciamento do Inmetro, Lasalvia também ressalta a importância de ter os documentos ao sair da oficina. “Eles devem oferecer as notas fiscais das peças, da mão-de-obra de instalação e um documento de atestado de qualidade do fornecedor”, destaca ele.

Ao sair da convertedora, o próximo passo é ir a uma oficina de homologação e inspeção do GNV, que deve ser renovada anualmente. Não caia no truque de decidir por uma indicada pela convertedora, exija a lista completa e escolha a melhor para a sua própria conveniência. “Existe uma grande burocracia para manter o seu GNV em dia. E todo documento deve ser liberado pela autorização biométrica dos responsáveis técnicos das oficinas homologadas pelo Inmetro”, reforça Kehrig.

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